O lugar certo na hora certa

Houve momentos na minha vida em que me estressei muito por pegar um engarrafamento que me faria chegar atrasada em algum compromisso. Ou momentos em que as coisas não saíram como planejei e por algum motivo isso me trouxe algum desprazer e consequências não tão boas.

Já aprendi que não somos responsáveis por controlar o que acontece ao nosso redor, mas apenas pelo caminho que escolhemos seguir diante das situações. Também já aprendi a não sofrer horrores porque o que eu planejei era diferente do que o que a vida planejou para mim.

Às vezes é difícil, mas acho que a vida é isso, um eterno aprendizado. Um dia viajei com a família e em todos os dias da viagem choveu, no dia que íamos embora saiu o maior sol. Olhei para minha mãe e resmunguei “a vida ‘tá’ de sacanagem né?” ao que ela me respondeu “Deus sabe o que faz, melhor chuva na praia e sol na estrada do que sol na praia e chuva na estrada”. E é verdade, não deu nem para resmungar mais depois dessa rs.

Outro dia li sobre uma empresa que tinha seu escritório em um dos andares do World Trade Center e convidou alguns colaboradores, que deveriam estar no prédio no momento do ataque e por alguma razão não estavam, para compartilhar suas experiências.

Copiei alguns relatos dessas pessoas para compartilhar com vocês:
“- Uma mulher se atrasou porque o seu despertador não alarmou a tempo;
– Um funcionário havia se atrasado porque pegou um caminho diferente a fim de chegar mais rápido e acabou atolado em um engarrafamento, pois havia acontecido um acidente na rodovia que havia pegado;
– Outro perdeu o ônibus;
– Uma foi atingida por cocô de pombo e precisou voltar para se trocar;
– Um dos sócios teve problemas ao ligar o carro e precisou chamar um mecânico;
– Outro funcionário teve que atender um telefone que acabou resultando em poucos minutos de atraso antes do atentado;
– Uma secretária entrou em trabalho de parto;
– Um zelador não conseguiu um táxi.
– Um senhor que ficou com uma bolha no calcanhar, devido o seu sapato ser novo e antes de chegar ao trabalho ele decidiu parar em uma farmácia para comprar um curativo.”

Esses relatos circulam na internet já há algum tempo, não sei dizer se realmente são verdadeiros. Mas, ainda que não sejam, poderiam ser. São situações corriqueiras que acontecem com todos nós. E é chocante parar para pensar nisso. Tirando a moça em trabalho de parto, os outros deviam estar, no mínimo, incomodados com os imprevistos e no fim do dia, graças a eles, permaneceram vivos. Hoje quando algo está começando a sair dos trilhos eu já logo penso que era porque que tinha que ser assim.

Não sei se vocês acreditam em destino ou coisas do gênero, nem eu mesma sei direito no que eu acredito. A única coisa que eu sei é que esse mundo vai muito além do que o meu pequeno ser é capaz de compreender. Sigo com a mente aberta para aprender sempre e aceitando que vão existir momentos que eu não vou ser capaz de entender, mas ainda assim serei grata por estar onde eu estiver. Porque no fim das contas, querendo ou não, nós estamos exatamente onde deveríamos estar.

Não sou professora, mas vou passar lição de casa: tentemos reclamar menos e agradecer mais. Cada dia, cada momento é um presente e, às vezes, a gente esquece. Quando as coisas estiverem difíceis lembre-se que tudo muda de perspectiva quando a gente presta mais atenção no que temos do que no que falta.

Foto Autoral – Rio de Janeiro/2018.

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